terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Muro

Muro

tive um estranho encontro
com um pedaço de muro
me dizia ser um outro
que tão abstrato se fez duro

um pedaço frio que não fazia
juz ao nome, não protegia
do lado de lá conseguia ver
a sobra que não pude conhecer

também estranho era o resto
que consciente ignorei
com medo do que é oculto
atrás do muro etanquei.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Do sentir

Ah!, que não resisto e me entrego lânguida a necessidade que me toma de provar todos os gostos das gentes, da cidade asfalto, crianças e cachorros, rostos pretos, gotas de suor, roupa colorida.
E com todos, tantos dedos, todos os membros dedos necessários, utensílios de sentir mais umas sensações desconhecidas que me extasiam, derretendo minha mente deixando apenas o gosto agridoce do sentir.
Lambendo os pelos e as peles, sentindo no dente a textura da carne....
Dentro, nos olhos, a imagem da chuva que cai derretida, as nuvens se movendo com quem brinca de ciranda,os galhos, tantos galhos e folhas dançando com a música do vento...
Inicia dentro, no coração, a sensação do infinito!

sábado, 24 de outubro de 2009

Era

Havia despojado de umas palavras agudas como se os dias fossem pesados e os segundos tivessem alguma espera. Continuou um silencie eterno até os momentos de caos inevitável que se decompunham na mesa de xadrez com as peças postas. Silencio cansado corrompendo a espera de um estado hermético.
Criou dedos a mais. Saliências necessárias para a antiga sensação de matéria que retomava com espasmos gradativos, palavra perdida num vácuo permitido pelo tempo. Atingiu a esfera abstrata da mente com intenções esquecidas que dissiparam na entrada.
Sempre as horas medidas calculadas, interferindo no espaço limitado tentativa de infinito.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sem.

E agora João? Depois que o feijão acaba e a barriga geme. E agora é tanta quanta palavra. Tudo torto e sem jeito. O sapo não sabia se pulava ou ficava dentro do rio, o jacaré comeu o sapo. Ouviu uma palma lá no fundo, pensou ser aplauso. Tanta palavra torta descabida. Eu os amo, ninguém tem culpa, uma carta de despedida. Trinta e sete vezes tentadas e um espasmo como resposta. O sapo no aquário não pode pular. Começou com uns movimentos contidos, balançando as mãos e braços, depois a cabeça, aos poucos o corpo todo tremia já desabitado de alma ou consciência. Tanto céu preste mundo ingrato. Mas continuou andando viril como quem se acostuma com a fome. Um pedacinho de esperança despencada lá de cima junto com a chuvinha lenta. Tinha também um olho na testa? Maria continuava calada como fosse muda. Os bichos ficaram eufóricos, sem razão aparente quebraram as grades, os cientistas pesquisam. Todos têm moradia graças ao novo plano de governo. Mexe o bigode às vezes, mesmo quando ele não coça só pra fazer algo com as mãos. Mas continuou andando e ainda sentiu o cheiro das flores no caminho, quanta pretensão, pensou. Morava num castelo enorme, todos as cores de flores no jardim e uma fonte de água fresca e abundante onde se refrescava nos dias quentes. Abstratos sonhos que se quebram feito matéria. Morava na fonte do jardim o jacaré. Sentiu alívio quando soltou dos dedos as horas. Por que insistia João? Tanta espera e o suor frio a pingar-lhe do rosto sem pressa. Continuou esperando. Meio mole, morno. O vácuo rompido pelo grito sussurro do Agora. Cansados os meninos pararam para beber e não havia água. Faz silencio um pedacinho maior daquela espera. Mas continuou andando...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

D'água

Pingo, pingo, pingo...
Deixo as gotas escorrerem languidas pelo queixo, pela boca, dos olhos, pingos de água sal, da janela pinga chuva fria, amarga, tão fria e calma.
Deixo ir escorrendo pelo asfalto tantas gotas que já são um rio. Lavando do asfalto toda poeira seca, sujos pedacinhos de humano.
Vai levando também meu corpo, se dissolvendo como pingos caindo e se espatifando sem se desfazer, só dissolvendo. Vai dissolvendo minha carne, derretendo meus ossos, desfazendo a matéria, deixando apenas a essência de água que se funde e se mistura aos pingos, ficando uma coisa só. Vai descendo rua abaixo feita enxurrada minha essência branquinha, transparente de água do céu.
E vai pingando, pingando minha essência escorrendo...
Pingo, pingo, pingo...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Inércia

Estava sentada a observar os ponteiros do relógio.
Olhos fixos, como se esperasse de cada movimento uma dinâmica diferente. Sabia ser inútil. Entregava-se a esse jogo sem expressão no rosto, olhos fixos, rosto de pedra.
Sabia que os dias se passavam sem que houvesse alteração no tic-tac do relógio. Sentia a espera, mas já não esperava. Dentro de si um desespero pacífico, contemplativo.
Levantou-se, já não sentia seu corpo, cada movimento mecanizado e inconscientemente calculado. Ainda na inconsciência, fechou os olhos, a imagem dos ponteiros fixa e branca no fundo negro de pálpebras. Permitiu-se com olhos fechados, até que a imagem desgastasse. Não saberia dizer quanto tempo ficou. O cálculo do tempo já lhe era indiferente como todas as outras banalidades.
Os ruídos, cada vez mais contínuos no quarto ao lado, tentavam traze-la de volta ao espaço real. Em vão. O som da máquina de costura já se tornava demasiadamente semelhante ao dos ponteiros. Era incrível sua capacidade de abstrair todo o resto.
Os passos pesados demonstravam firmeza. A seriedade no rosto, normalidade. Andou alguns passos até se deparar com a parede nua, intransponível. Parou, não havia o que fazer. Com movimentos firmes apalpou o sólido firme que lhe barrava o caminho. Numa tentativa de agarrar, cravou as unhas, como se fosse possível remover o obstáculo.
Sentiu o sangue escorrer e pingar sobre seus pés e em pouco fazia-se uma poça.. sentiu os membros derretendo fundindo com o líquido pegajoso. Da parede escorriam as mãos que já perdiam a forma. Ao fundo o som do relógio que não cessava, apesar de cada vez mais longe, tic-tac, tic-tac, tic-tac....

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Reflexo interno

Flagrou a imagem do espelho delatora fria verdade. Uma mentira. Despojou-se de roupas e cascas com mãos tensas, unhas que agrediam inconscientes até o sangue tingir languidamente a brancura da pele. Os olhos-esferas abundantes de um brilho até então desconhecido - tentava fugir, incapazes envergonhados os olhos, imagem de face retorcida.
Movimentos gradativos, expandindo, tentativa de expurgar, romper, arrancar, agressão, expurgar, gradativas ações, agredindo carne frágil, arrancar, desfazer verdade mentira, romper, desespero, latente necessidade, expurgar!

Zunindo
Espera suspensa...
Expirava,
Vez do infinito.

Na garganta certo número de palavras indecisas, contidas. A boca hesitante, comprimia, afrouxava juntamente respiração, interrompia e soltava.
Inatingível força maior impedimento. Uns sentimentos, sentidos, pensamento, emoção... Imprópria definição, menos ainda expressar a profusão de sensações de vivo estado mutante.
Pedaços refletores pelo chão e espaço propagando verdades abstratas vistas no escuro. Fragmentos de verdade, espalhado pelo chão desintegrado não sólido, sustentando os fragmentos perdidos de verdade. Inalcançáveis.
Na incapacidade. Capacidade plena!, gritaria se pudesse, os sons que saíram do âmago mais aquecido do abstrato, desprovido de palavras e sentido. Feito canção suave, melodia do esquecimento, abandono de si e consciência plena.
Ações involuntárias foram nascendo languidamente do corpo que agora sem peso nenhum abrigava a existência em plenitude.
Flutuantes o desejos já perdidos, alternando sem compromisso de necessidades e impulsos, libertos os desejos brincando e flutuando, ausente limite espaço.

Esboço ruptura.
Fixa serpente
Olhos que dizem
Objetos do agora.

O som aberto.
Ausente fim.
Começo repetido.
Verdade inércia.

Palavra esquecida.
Reflexo abstrato
Abstrata imagem.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Uma Xícara de chá Cap. VIII

A eternidade de degraus na escada torta e subia sem pressa. Nos dedos um bocado de esperança escorrendo com as gotas do suor quente. Nos pés calos de carne viva e os sonhos como almofadas abstratas.
Estancado o tempo, corria dentro de si o infinito afoito inconsciente do não fim. De várias direções um cem número de setas contradizendo, confundindo, embaralhando os passos.
Inspiração contida, expiração abrupta, o resto de pulmão comprimindo as tentativas de sentir o ar colorido e denso que se estabelecia.
Feito bolhas que expandem e estouram seguidas umas das outras idênticas e singulares, via existências repletas do não visível.
Os olhos agudos fixando o oco dos degraus irracionais.
De cada seis passos inconscientes, a cabeça pendia fazendo esquecer a verdade passada. De seis passos perdidos o esforço obtido no esquecimento. Seis passos acima ou abaixo, a certeza do abandono.
Relevos indiferente, cada lance acusando sua constância estática, evidenciando a inutilidade do movimento.
De degraus incontáveis, rolaram os restos inalcançáveis de barreiras concretas.
Sete ritmos silenciaram a luz sonora invasora de espaços ocultos, pedaços refletores de imagens e sensações invisíveis.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Uma Xícara de Chá- Cap. III

Uma chaga roxa no coração fictício. Uma tentativa de sentido que não poderia sentir. Segurou firme com as mãos uns segundos do ponteiro do relógio abstrato tictaqueando na mente. Retrocedeu alguma eternidade do tempo que já não. Compreensão súbita da verdade. De olhos imaginários, esferas ocas, uma pintura cubista. Olhos pintados no painel daquele campo extenso e repleto vazio.
Da chaga roxa, o líquido que escorria também roxo com brilho fluorescente ia gotejando pelos órgãos infectando e iluminado, pulmões respiração, bexiga e excrementos, saco escrotal e útero. Em pouco tempo o mundo que ficou de cabeça pra baixo criando noite, infringiu lei de gravidade e o líquido subiu pela garganta indo atingir o cérebro indefeso. A mente receptora cessou no momento toda palavra intrusa e aceitou a sensação úmida do novo.
Estancadas as tentativas de ação, mãos abertas despojando do que não lhe era.
Da cabeça suspensa por fios de consciencia, imagens abstratas desprendendo e desbotando no grande vácuo onde não havia matéria possibilitando firmamento.
Sentiu um cheiro de si que vinha dos poros transpirantes. O cheiro também foi se integrar na paisagem vazia que era o externo.
Cessada respiração naquele ambiente de coisas e pedaços, evacuou sem pressa ou sofrimento a continuação dos suspiros interrompidos. Integrou-se do roxo de todas as cores, tingindo as mãos que secavam em abanos a espera. Derramou por todo resto de tempo as gotas que se decompunham, derretendo languidamente pedaços de matéria.
Todo espaço absorvido, absorvida a verdade. Integrados universos, essência e existência. Das tentativas corrompidas, começos fragmentados, inconsciência. Liberdade permissão.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Uma Xícara de chá - Cap. II

Saiu correndo dos barulhos de tiro que entraram na cabeça. Uns vinte ou mil passos que não pôde contar tamanha pressa. Parou pra respirar, sentiu dentro dos pulmões um ar que cortava quando entrava, remendava quando saia. Deixou o corpo escorregar no chão sem pressa, como se derretesse indo fundir no asfalto quente.
Esperava. Com os olhos que enxergavam sem ver de fato, um caminho grande desprovido de pessoas. Uma rua larga e seu corpo jogado bem no meio. Sem carros sem gente, apenas o sol de meio-dia insistindo calor.
Esperava...
Contou alguns segundos enquanto se lembrava do barulho de tiros dos quais desconhecia a origem. Tentou ir mais atrás com a memória, buscando o que poderia ter. Mas uma sensação de mancha preta era o que havia antes da memória do som de tiros. Todo resto não era, como vazio mesmo. Apenas sabia que esperava.
Tentou sentir o desespero propício da situação em que se encontrava, sem memória, todo o resto de identidade apagado, era caso de desespero, mas não, não sentiu. No lugar, um conforto estranho da certeza de quem espera mesmo já inconsciente do alvo concreto da espera.
Junto com a memória perdida, a sensação de um peso de planeta que desprendia das costas. O único incômodo, a certeza de que tal estado da mente deveria incomodar. E não.
Quis sair do plano abstrato do pensamento, fugiu para o limite do corpo. Primeiro os olhos que agora viam de fato. O asfalto, todo o concreto em forma de habitações, os postes sustentando os fios, desde quando tantos fios?, também na paisagem, painéis gigantes com imagens de rostos e corpos humanos, e roupas e calçados e acessórios, tudo tão harmônico, parecia tudo feito da mesma matéria, as pessoas e os objetos, feitos de papel grosso enrugado. Foi a impressão que teve. Subindo os olhos, sentiu a ausência de aves e do som das aves, apenas aquele céu estranhamente cor de chumbo com pitadas vermelhas que poderia ser do resto de sol. Feito duas esferas paralisadas, os olhos ficaram grudados na visão do céu, esperando também. Da espera veio a conseqüência, o calor de meio dia transformou-se (...)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Tamborzinho

Tentou, espremeu, sentiu...
Todavia, um sentido torto
Preso na expectativa do que seria.

Soltou dos dedos os sonhos.
Caindo como areia de ampulheta
No chão de verdade que era oco.

Apalpou ainda umas ações
E não se moveu no objeto quadrado.
Pedaço abstrato de posse definida

Caiu dum peso de nuvens
Como areia entrou no chão
Disforme resto, todo desprovido

Deixou a cabeça suspensa
Num barbante linha reta
De resto desintegrado, era tentativa.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Disritmia Bomba Cardíaca

Mesmo sabendo que paixões agudas é destino insiste flerta com Amor.
Ignora dor latente troca por instantes parcos de exultação infinita.
O gosto ferrugem continua na língua seca não sai: corpo negligência.
Cabia umas horas espera sanado tempo esvoaçado sonhos espalhados.
Disparate do coração tal Paixão inexplica corrupção - tosca pureza.
Tilintando silencio pequeno, começa dentro sai devagar explode
Nos cantos em pedaços, sangue de abstrato quebrado sólido invisível
De Amor migalha mazela vivida dum resto irreversível insiste ainda.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

CAPÍTULO VII - UMA XÍCARA DE CHÁ


Foi andando pela areia branca, apanhando as conchas que encontrava no caminho, como se nunca. Tão semelhantes, as conchinhas miúdas e de mesma cor. Onde estariam as conchas coloridas e exóticas das fotos de cartões postais? Espremeu os olhos na tentativa de enxergar o fim daquele extenso tapete verde-água. Estavam mais adiante as conchas belas e exóticas, inalcançáveis. Como os nobres sentimentos, lá no fundo, tão fundo... Tentar buscá-los seria pedir o afogamento da alma. Tão fundo...
Sentiu uma dor suave, acompanhada de uma umidade morna vinda da palma da mão direita. Demorou-se ainda um pouco contemplando o grande tapete antes de desviar os olhos. Sem pressa, seus gestos pareciam vindos de um sonho surreal, cada movimento entorpecido pelo odor da maresia. Na palma da mão a conchinha cor de salmão trincada ao meio, um fiozinho vermelho sangue contrastando com a alvura da mão fria. A borda rósea da concha tingida sutilmente pelo sangue que agora gotejava sem pressa, indo pingar e se afundar na areia branca sob seus pés. Sem que desse conta, todos os cheiros e cores se fundiram numa coisa só. Não havia mais contraste que definisse as diferenças.
Sentia o corpo pesado todo indo ao encontro da areia úmida pela ultima onda. Todos os membros se integrando a cada grão da areia, cada pedaço do corpo, cada fio de cabelo, uma única coisa. A imagem azulada da água foi substituída pela limpidez do céu sem nuvens. Permitiu que aquela percepção de unidade lhe atingisse. A verdade revelada sob o céu que cegava. Segundos antes, o cansaço do corpo denunciava; é o fim, o fim. Agora sabia. É o começo! – quis gritar. O grito, interrompido na garganta, foi propagado pelo infinito. Era o começo, o começo. O silêncio já dizia.

domingo, 5 de julho de 2009

A nós que não somos

Eternidade que se afunda nas horas em que esperamos...
buscamos, como quem não quer encontrar, um resto de esperança seca
Toda vida desabitada na alma murcha
E há espera, como se não houvesse
Ignoramos sem saber, aquele sentido antigo do amor..
Permitimos ao descaso a indiferença, começamos pelo fim e findamos o resto de viver
Ainda há, escondida, camuflada no canto oco do sentido a consciência
Repugnamos sem nos preocupar com as conseqüências a razão
Abstraímos toda matéria, vivendo de ilusão
Esperamos então...
Como quem diz, grita suas palavras desgarradas ao vento..
Levamos embora toda esperança,
Carregamos conosco a felicidade utópica
A falta de sentido, razão obscura..
Continuo.
Antes que o mundo se vá e nos deixe pra trás
Carrego você que vem suave em meus braços. Acolho nossas tristezas e angustias, sem fazer disso um fardo
A busca pelo prazer, sabemos que ele não virá.
Mas preferimos a ilusão.
Nesse mundo fatasia, criamos nosso mundo brincadeira, realizamos o que seria a verdadeira vida
Nasa mãos a areia rala se esvaindo.
Ampulheta
Inertes, contemplamos.
Absorvendo apenas o que nos interessa...
Todo o resto
O que não somos.
O resto é tudo.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Espasmo

Silencio.
Os dias estão chegando.
Trarão também os sonhos.
É preciso fazer silencio agora.
Todo barulho é escuro.
Alguém entenderia?
Se houvesse mais que um dia.
Vieram com as horas.
Trazer o vácuo escuro do tempo.
A surdez do passado.
Em sintonia com o velho estrondo.
É preciso calar
os sonhos. Agora.
O futuro não existe.
Toda ordem corrompida.
Cada espaço um pedaço.
De mente bagunçada.
Quebrar
O velho ritmo.
Velho ritmo.
Novo é velho.
Ritmo cansado.
Cansa.
Sem tempo.
Tempo é espera.
Tempo e espera.
esperança
De espera. Desespero.
Espero.
Quebro.
O tempo-
Inexistência.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Lulu

O amor não é encontro.
O amor é perseguição.
Como se não soubesse.
Como se não visse...
Ingestão inconsciente de todo amor descabido, como se...
Não há negligencia que sacie.
A concepção do fim.
Tentativa inútil de conceber vida do que ainda restaria das Almas velhas perdidas.
Amor é perseguição.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Necessidade

Não fosse esse grito rasgado travado engolido.
Não fosse os segundos da espera, o dia contido.
Não fosse toda essa pressa, mente inquieta.
Não fosse a esperança amarga que inda resta...

Inda resta no lugar a necessidade de estar
Inda resta no pensamento o anseio à vida entrega
Inda resta n’alma o desejo insano de amar
Inda resta no abstrato o sonho que não sossega

No sonho os desejos reprimidos
Em sonho impulsos contidos
um cárcere a liberdade
a tentativa da verdade

A verdade que faz doer
que faz curar
faz buscar
A verdade...
Prazer e sofrer.