sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Fico


No espaço que me cabe, fico inerte, cessando todo o corpo
Num espasmo o corpo bicho se revolta contra a camada frágil e persistente da inexistência
Inorgânico, hermético, insensível, inexplorável
A matéria besta evacuada pela razão por todos orifícios

Constancia sedutora, imaginária... a única súplica
O movimento consiste nas tentativas de expurgar o caos
O movimento incessante e gradativo na tentativa de expurgar
Caos estabelecido e suplicado pelo inconsciente adormecido.

Estruturo-me na incerteza do não saber eterno.
Absorvo dos vazios a música do silencio
Suspensa na esperança dos começos intermináveis
Aquieto e me aflijo no fluxo inerte do pensamento

O corpo todo desprendido da matéria
Desfragmenta-se e busca na imagem as cores esquecidas
Os sentidos inflamados capturam do inacessível o abstrato
Das tentativas, a certeza da busca inerente pelo inconcebível