sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Quereres dos anos novos


Por que sou toda cheia de quereres e quando tanto quero, mais quero ainda estar vazia e leve...
Quero o silêncio de paz escondido nos intervalos dos ruídos
Quero o calor dos olhos que se cruzam com verdade e brandura,
as gargalhadas obtidas no diafragma, intermináveis...
Só queria ser cúmplice de toda humanidade, andar nua pelo mundo fazer dele meu quintal,
partilhar todas tantas alegrias, e aquelas tristezas profundas que são paixões transbordadas.
Ah, quero apenas um segundo, um espasmo que caiba todo o infinito, que caiba o big bang e o apocalipse.
De todos os quereres o querer ser, que é um busca desistente, a busca pelo nada, o anti desejo que não se define, limitado pelas palavras tão repletas e ocas.
Fruta fresca, roupa leve colorida, canção de ninar, cheiro de hortelã, sol da manhãzinha, playground de adulto, carícia de irmão, todo mundo irmão, dente de leão ao vento, uma brisa, uma brisa leve que se intensifica e diminui, que vem brincar com o cabelo bagunçado, vem brincar com os corpos bagunçados, levando embora tudo que é pesado, deixando apenas a essência livre do amor...