quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Reflexo interno

Flagrou a imagem do espelho delatora fria verdade. Uma mentira. Despojou-se de roupas e cascas com mãos tensas, unhas que agrediam inconscientes até o sangue tingir languidamente a brancura da pele. Os olhos-esferas abundantes de um brilho até então desconhecido - tentava fugir, incapazes envergonhados os olhos, imagem de face retorcida.
Movimentos gradativos, expandindo, tentativa de expurgar, romper, arrancar, agressão, expurgar, gradativas ações, agredindo carne frágil, arrancar, desfazer verdade mentira, romper, desespero, latente necessidade, expurgar!

Zunindo
Espera suspensa...
Expirava,
Vez do infinito.

Na garganta certo número de palavras indecisas, contidas. A boca hesitante, comprimia, afrouxava juntamente respiração, interrompia e soltava.
Inatingível força maior impedimento. Uns sentimentos, sentidos, pensamento, emoção... Imprópria definição, menos ainda expressar a profusão de sensações de vivo estado mutante.
Pedaços refletores pelo chão e espaço propagando verdades abstratas vistas no escuro. Fragmentos de verdade, espalhado pelo chão desintegrado não sólido, sustentando os fragmentos perdidos de verdade. Inalcançáveis.
Na incapacidade. Capacidade plena!, gritaria se pudesse, os sons que saíram do âmago mais aquecido do abstrato, desprovido de palavras e sentido. Feito canção suave, melodia do esquecimento, abandono de si e consciência plena.
Ações involuntárias foram nascendo languidamente do corpo que agora sem peso nenhum abrigava a existência em plenitude.
Flutuantes o desejos já perdidos, alternando sem compromisso de necessidades e impulsos, libertos os desejos brincando e flutuando, ausente limite espaço.

Esboço ruptura.
Fixa serpente
Olhos que dizem
Objetos do agora.

O som aberto.
Ausente fim.
Começo repetido.
Verdade inércia.

Palavra esquecida.
Reflexo abstrato
Abstrata imagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário