terça-feira, 27 de março de 2012

Somente...

Na parede ao lado, do outro lado da rua, por toda a cidade, em cada esquina, vozes e ruídos que vêm se misturar a voz oca da minha mente. Travo um diálogo mudo com minha consciêcia, torno-me companhia de mim mesma, companhia que por vezes, ingrata, torna-se a mais desinteressante das companhias, a mais reflexiva e crítica, disposta a mostrar-me a última parte de mim que estaria disposta a conhecer. Outras vezes, essa voz oca torna-se alegre e quase estridente e está a contemplar a beleza do mundo em cores que colore também os sentidos mais pálidos da alma. Fatalmente, em cada intervalo, em cada brecha no silêncio essa voz vem lembrar-me, estou só. Vou buscar em outros olhos, em outras vozes em outros seres minha própria complitute, numa esperanca ilusória de agregar-me de fundir-me e numa tentativa de renegar a voz delatora, vou me perdendo em mim mesma, crendo ser o externo parte de mim, crendo ser o todo, um pouco de mim, crendo ser a vida, um pouco mais que solidào e frágil esperanca.

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